Graus
Modais |
Além
da sucessão dos tons e meios-tons que formam as
escalas, há uma particularidade que acusa
rapidamente o modo a que elas pertencem. São
os intervalos que o 3º e 6º graus formam com a
tónica da escala, que indica o modo
Maior ou Menor dessa escala.
Se
estes graus (3º e 6º) formam com a tónica uma
terceira e uma sexta maiores, a escala é do modo
Maior. Se por outro lado formam intervalos de 3ª
e 6ª menores, a escala é do modo menor.
O
3º e 6º graus são chamados de graus MODAIS,
pois caracterizam o modo.
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Tonalidade |
A
tonalidade é a base de construção de qualquer
trecho musical. Os elementos fornecidos pela base
tonal, são as respectivas notas da escala. A tónica,
para além de dar o seu nome à escala, também o
dá à tonalidade do trecho musical. Por exemplo,
com as notas da escala de Dó Maior, constrói-se
um trecho musical na tonalidade de Dó Maior.
Efectivamente, quando se diz que uma música ou
trecho musical está na tonalidade de Sol maior,
por exemplo, isto indica que o mesmo foi escrito
com as notas pertencentes à escala de sol Maior,
ou seja com o uso do FÁ #.
A
tonalidade é referida vulgarmente por TOM,
embora não se deva confundir Tom de tonalidade
com Tom com intervalo entre duas notas. |
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Divisão
do Tom |
O
intervalo de um tom existente entre dois graus, é
sempre divisível em dois meios-tons. Para obter
esta divisão recorre-se a um som intermediário.
Esta
divisão pode ser feita de duas formas:
1)
Alteração
ascendente a partir do grau inferior com o uso de
um sustenido.
2)
Alteração
descendente a partir do grau superior com o uso de
um bemol.
Os
meios-tons resultantes desta divisão, são de
espécies diferentes sendo um Diatónico e outro
Cromático.
O
meio-tom
diatónico
é o que se encontra entre duas notas que ocupam
graus diferentes.
O
meio-tom
cromático
é o que se encontra entre notas que ocupam o
mesmo grau, sendo uma delas afectada por um
acidente.
Estas
considerações são importantes no estudo das
escalas cromáticas. |
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Escalas
Maiores |
Todas
as escalas tomam o nome da sua Tónica, embora
possam começar por qualquer nota. Quando
se fala em escala maior, entende-se escala
diatónica do modo maior.
Se
a tónica for por exemplo Dó, então a escala é
de Dó. Caso a escala comece por outra nota
diferente de Dó, tem sempre de manter os
intervalos entre as respectivas notas que
constituem esta escala. Todas as escalas maiores
têm de ter 5 tons e 2 meios-tons, caso contrário
temos de recorrer às alterações, para que estes
intervalos lá estejam.
Nesta
escala de dó, os graus assinalados com a linha
curva, representam meio tom e todos os outros
distam entre si de 1 tom. Todas as escalas no modo
maior têm esta configuração mesmo que seja
necessário recorrer a alterações.
Vejamos
a clave de Sol M. Analisando as notas, a sucessão
de sons até ao 6º grau está certa, mas entre o
6º e 7º existe meio-tom de distância e entre o
7º e 8º um tom, o que está errado. Para
corrigir, aplicamos um sustenido ao 7º grau e
fica tudo certo.
Esta
escala de Sol foi só exemplificativa e foi usado
um sustenido acidental para manter correctamente
as distâncias tonais da escala. Na formação das
escalas, estas alterações são constitutivas,
colocando-se como armação de clave. Com
o uso dos sustenidos,
obtêm-se as seguintes escalas:



Facilmente
se reconhece qual a escala que se forma com
determinados sustenidos constitutivos. Basta
reparar que o último sustenido aplicado é sempre
o 7º grau da escala à distância duma 2ª menor
da tónica. Por
exemplo se o último sustenido for fá#, a escala
é de sol
(fá » sol). Com
o uso dos Bemois,
obtêm-se as seguintes escalas:
A
tónica das escalas maiores com bemois encontra-se
à 4ª justa inferior do último bemol utilizado.
Assim, quando
houver mais que um bemol constitutivo o penúltimo
ocupa o mesmo grau da tónica,
ou seja, dá o nome da sua nota à escala. Somente
na escala de Fá, tem o Si sustenido como único.
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Escalas
Menores |
As
escalas diatónicas do modo menor, têm duas
fórmulas de se formarem. São elas a Harmónica
e a Melódica.
Na
escala Harmónica,
também chamada de uniforme, já que a
ordem ascendente é igual à ordem descendente,
altera-se meio-tom o 7º grau na ordem ascendente
e na ordem descendente.
Este
exemplo sobre a escala de Lá menor na sua forma
harmónica, indica a vermelho os graus de
meio-tom. Comparando com a sua relativa maior
(DÓ) verifica-se que entre o graus 6 e 7 existem
um tom e um meio-tom, e entre os graus 7 e 8
somente meio-tom.
Na
escala Melódica,
também chamada de biforme, já que a ordem
ascendente é diferente da ordem descendente,
alteram-se meio-tom ascendente o 6º e 7º graus
na ordem ascendente, e destróem-se as mesmas
alterações na ordem descendente.
Este
exemplo sobre a escala de Lá menor na sua forma
melódica, indica a vermelho os graus de meio-tom.
Comparando com a sua relativa maior (DÓ)
verifica-se que entre o graus 5 e 6 foram
alterados para 1 tom, e os graus 7 e 8 foram
alterados para meio tom. No modo descendentes
estes acidentes destróem-se.
Nesta
escala melódica, verifica-se uma particularidade
interessante, o 7º grau perde a qualidade de
sensível, denominando-se de sub-tónica.
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Escalas
Simples |
Escala
Simples é a escala que não
excede a oitava justa,
ou seja, a escala começa e termina com a sua
tónica.
Qualquer
sequência de notas, mesmo por graus conjuntos,
que não comece e acabe com a tónica, é somente
um fragmento de escala. |
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Escalas
Relativas |
Se
analisarmos as escalas, verificamos que existem
escalas maiores e menores com a mesma armação de
clave, ou seja, as mesmas alterações
constitutivas. As escalas dizem-se relativas,
quando têm a mesma armação de clave.
Todas as escalas maiores, têm uma relativa menor
e vice versa.
As
relativas maiores e menores relacionam-se entre si,
distando de uma 3ª menor, ou seja, a
tónica da escala menor, encontra-se uma 3ª
menor inferior da tónica da sua relativa
maior.
Por
exemplo, a escala de Sol maior tem como relativa
menor a escala de mi menor. |
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COMAS |
Numa
análise mais aprofundada,
cada tom está
subdividido em 9 partes
que tomam a designação
de Comas.
O tom fica assim dividido quase ao meio, ficando a
ala esquerda com 4 comas (meio-tom diatónico) e a
outra metade com 5 comas (meio-tom cromático).
Pelo
exposto, verifica-se por exemplo que o Dó# não
é igual ao Ré bemol, sendo mais alto. Como esta
situação originava nos instrumentos uma
complicação extrema, concebeu-se uma forma de
afiná-los de maneira a que o tom pudesse ser
dividido exactamente ao meio, fazendo coincidir o
Dó# com o Réb, fundindo ambas as notas numa só.
A esta situação dá-se o nome de Temperamento.
A
faculdade de passar dum sustenido a um bemol sem
modificar o som chama-se Enarmonia
ou Homofonia.
Atendendo
a isto, são criadas escalas que enarmonizam com
outras diferentes nas tónicas e armação de
clave, mas que na execução, são tocadas as
mesmas notas. Por exemplo as escalas de Fá# M e
Sol b M embora diferentes, executam-se da mesma
forma. Dizem-se escalas
Enarmónicas. |
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